Um chocolate quente vegano e super fácil de fazer pra se aquecer no inverno que se aproxima. No entanto, devo alertar: o risco de se viciar é bem alto! 🙂
Eu já contei por aí que sou bem crítica com comida, né? Sei que alimento tem que nutrir, cuidar, curar, e tem muitas outras coisas envolvidas, mas aqui um dos pontos principais é que comida vegana / saudável / consciente pode (e deve) ser maravilhosa também. E eu tô contando isso porque chocolate quente sempre foi um trem difícil pra mim. Isso porque eu tinha encontrado minha versão perfeita de chocolate quente uns anos atrás, antes de descobrir minha intolerância e mudar meus hábitos – o Chococcino da Kopenhagen – então sempre ficava esperando por algo parecido. Uma vez experimentei o chocolate quente de uma amiga – Flavia Schiochet – e me apaixonei, então adaptei ao meu gosto e acabou virando hit aqui em casa (inclusive, foi com ela que aprendi a usar manteiga de cacau). Essa receita não tem nada de parecida com o Chococcino, mas fico feliz em contar que tenho um novo preferido que, além de delicioso, tem mais a ver com meus valores e escolhas atuais 🙂
Prometi lá no instagram que ensinaria duas formas de fazer um chocolate quente vegano de modo que ficassem maravilhosos. Então bora lá:
A primeira é: chocolate em barra + leite. Essa combinação definitivamente não tem erro. Aqueça o leite vegetal que você escolher em uma leiteira e acrescente o seu chocolate em barra preferido, derretendo em temperatura baixa até ficar cremoso 🙂 Fácil, fácil! Pra incrementar, você pode usar especiarias, essências, esse doce de leite aqui, ou cookies e apetrechos deliciosos. Use a criatividade!
A segunda forma é um tico mais trabalhosa, porém é mais divertida também. Leite vegetal + amido + cacau em pó + fonte de gordura + adoçante. Gosto muito de fazer esse aqui porque me permite criar inúmeras versões, variando a quantidade e escolha dos ingredientes 🙂 Aqui você vai precisar de uma fonte de amido, que pode ser biomassa de banana verde (de longe o meu preferido!), ou aveia, arroz, trigo, etc.
Leite vegetal não é novidade pra ninguém (imagino, eu). Mas eu já vi muita gente trabalhar com ele de forma equivocada. Por exemplo: já vi várias e várias receitas de molho branco ou mesmo chocolate quente vegano feitos só com leite de aveia ou de arroz. É claro que ele pode ser uma boa opção quando você não tem outras opções, mas se você puder optar, escolha pelo de oleaginosas, ou pelo menos por um misto (oleaginosa/grão + amido). Isso porque o leite vegetal derivado da aveia, arroz, etc, são compostos basicamente por carboidratos que, ao serem ingeridos, vão se transformar em açúcar no organismo. Quando você adiciona uma fonte de gordura a esse carboidrato, seu índice glicêmico vai diminuir, evitando picos de insulina 🙂 (avisem caso queiram saber mais sobre isso).
Outra coisa que aconselho ficar atenta: procure não ferver o leite derivado de oleaginosas. Esse leite possui um alto teor de gorduras que, ao serem aquecidas (até ferver) podem acabar saturando e se tornando gorduras não tão legais de consumir. Por isso, quando for fazer uma receita com leite vegetal de castanhas, coco e afins, cuidado pra não deixar ferver – acrescente-o ao final da receita ou mantenha a temperatura baixa.
Agora vamos pra receita, que espero que vocês amem que nem eu ♥ (me contem quando fizerem)
- 1/4 de xícara de avelãs
- 300ml de água que você beberia
- 2 colheres de sopa de biomassa de banana verde (leia as observações para substituições)
- 3 colheres de sopa de cacau em pó*
- 1 colher de sopa de manteiga de cacau (pode ser manteiga de coco ou óleo de coco, macadâmia ou outro de sua preferência | leia as observações)
- 4 gotinhas de essência de baunilha (opcional)
- Quanto baste de açúcar (de sua preferência)
- Deixe as avelãs de molho em água limpa de um dia para outro (pelo menos 6 horas**)
- Aqueça os 300mlo de água até quase ferver.
- Em um liquidificador, processe as avelãs com 1/3 da água quente, até que vire uma pastinha. Vá acrescentando o restante da água aos poucos, até obter o leite. (geralmente bato por uns 2 minutos)
- Com a ajudar de um coador fino ou de um tecido, coe o leite e guarde o resíduo para outras receitas.
- Despeje o leite e os demais ingredientes em uma leiteira e leve ao fogo baixo, mexendo sempre até que a manteiga se derreta por completo e que a biomassa se dilua e comece a engrossar o caldo. (Gosto de usar o fouet para este processo)
- Quando o leite estiver mais grossinho, é só servir e ser feliz 😀
- *Use um cacau em pó solúvel de boa qualidade, vai fazer toda diferença! Gosto muito dos da AMMA e Chokolah.
- **Se você não quiser esperar o tempo de demolho, "cozinhe" as avelãs por uns 15 minutos em água fervente até que amoleçam bem, porém, desta forma perdemos um pouco da qualidade)
- Se você não tiver avelãs, pode usar outro leite de sua preferência, mas o que remete ao saborzinho da Nutella é o leite de avelã.
- Caso não tenha biomassa em casa, use 1 ou 2 colheres de sopa de farinha/farelo de aveia (ou outro amido) para ajudar a encorpar seu chocolate. Assim que terminar de bater seu leite de avelã, antes de coar, acrescente a farinha de aveia e bata mais um pouquinho, depois coe.
- A manteiga de cacau é que vai fazer o sabor terroso do cacau sumir e ficar mais aveludado. Se você não encontrar fácil por aí, use a manteiga de coco ou outro óleo que gostar (lembrando que o sabor não será o mesmo), ou simplesmente não use nada 🙂
Talvez não seja muito fácil achar manteiga de cacau aí na sua cidade, mas se você souber onde encontrar, invista em uma! Ela fica maravilhosa nas mais diversas receitas 🙂 Agora que eu consegui encontrar a minha, ela provavelmente vai aparecer aqui com mais frequência. (A que comprei foi essa aqui e encontrei na feirinha orgânica do Passeio Público, que acontece aos sábados aqui em Curitiba)
Aproveite e faça um quitute gostoso pra acompanhar o chocolate quente 🙂 Separei algumas receitinhas pra você aqui:
Espero que gostem e se deliciem por aí 🙂
Se fizer alguma das receitas, use a hashtag #flordesalblog e/ou me marque lá no insta pra que eu possa ver ♥
Um beijão!!
Eu sou a Gabi ? Sou arquiteta urbanista e metida a cozinheira! Desde que resolvi entrar no mundo do esporte, mudei minha alimentação e, consequentemente, meu olhar sobre o mundo e sobre o meu corpo. Hoje sou maratonista, me locomovo principalmente de bike, não consumo carne há três anos, intolerante à lactose, e vivo inventando moda na cozinha, onde aprendo muito todo dia