Moqueca de Pupunha com Farofa de Banana Crocante feita sem nenhuma farinha refinada. Um prato super aromático e saboroso, pra uma refeição especial ❤
Confesso que quando minha mãe fazia moqueca de peixe em casa, não era dos meus pratos preferidos. Sei lá, não rolava uma simpatia hahaha Depois que experimentei a versão veg, me apaixonei perdidamente! Já fiz de banana, de palmito, de cogumelos, de tofu, com legumes variados… Gostei muito de todas as versões, mas a de pupunha e a de banana da terra são minhas queridinhas 🙂
Como esse era um prato que minha mãe gostava muito, e eu sempre fui bastante observadora na cozinha, minha receitinha saiu super no feeling mesmo. Fui misturando os ingredientes que lembrava, alguns temperinhos a mais, e ficou uma delícia ❤ O Maurício adora quando eu faço! Inclusive, já servi a versão com banana verde em um evento em que fui convidada pra cozinhar, lá no NEX Coworking.
A moqueca é um prato típico brasileiro, especialmente dos estados do Espírito Santo, Bahia, Pernambuco e Pará. O legal é que, em cada estado, os ingredientes variam um pouco. De acordo com nossa querida Wikipedia: a moqueca baiana leva azeite de dendê, leite de coco e pimentão, enquanto a capixaba leva urucum, usa o azeite é doce, tomate bem maduro, e coentro em doses bem generosas. E não para por aí… as variações são tantas que já existe até moqueca preparada com “carne de caju” (um preparo especial feito com a fruta e especiarias).
Existem algumas indagações acerca da origem do prato, alguns dizem ser baiana, outros, capixaba, mas independente disso, ela é uma receita super importante pro nosso país, expressão da sua diversidade e riqueza. Inclusive, no Espírito Santo ela é considerada patrimônio cultural imaterial.
Minha única tristeza, ao preparar moqueca de pupunha, é ainda não ter uma panela de barro – a receita original é preparada em panela de barro e cozida lentamente em forno a lenha – mas vou adquirir uma breve! 🙂
Ah, e quer saber de uma informação legal? O nome do prato vem da palavra indígena moquear, que significa assar em fogo lentamente em tupi guarani. (ps: Achei moquear engraçado, parece uma palavra relacionada a preguiça – “vou dar uma moqueadinha” hahaha)
Eu simplesmente ADORO o sabor agridoce! Por isso fiz a farofa de banana pra acompanhar a moqueca. Dei um toque especial e acrescentei coco em flocos, achei que os sabores se complementaram e ficou tudo bem harmônico! Se você não curte muito pratos agridoces, aconselho deixa a banana de lado e acrescentar, quem sabe, mais cebola ou cenoura à sua farofa.
Caso não encontre pupunha muito facilmente aí na sua cidade, siga a receita normalmente, substituindo-o por algum dos ingredientes que listei no começo do post (banana da terra, cogumelos, etc) ou fazendo somente com legumes. Vale a pena de todo jeito 🙂
- INGREDIENTES DA MOQUECA
- 300gr de palmito pupunha*
- 1 xícara de leite de coco
- 1 xícara de água
- 4 colheres de sopa de azeite de dendê
- 3 tomates grandes
- 3 dentes de alho
- 2 pimentões médios
- 1 fatia de abobóra cabotiá ** (opcional)
- 1 cebola grande
- 1 pimenta de cheiro (opcional)
- 1/2 maço de coentro ou salsinha
- sumo de 1/2 limão
- sal e pimenta do reino a gosto
- INGREDIENTES DA FAROFA
- 2 bananas prata ou da terra***
- 1 cebola
- 1 dente de alho
- 1/2 xícara de farinha de castanha de caju (ou outra oleaginosa)
- 1/2 xícara de aveia em flocos
- 1/4 xícara de quinoa (deixada de molho por 2 horas)
- 1/4 xícara de coco em flocos
- 1/4 xícara de salsinha picada
- 3 colheres de sopa de azeite virgem
- amendoim a gosto (opcional)
- sal e noz moscada a gosto
- PREPARO DA MOQUECA
- Corte o palmito em pedaços menores e tempere com suco de limão e sal. Reserve.
- Enquanto o palmito estiver marinando, prepare os outros ingredientes. Corte a cebola, os tomates, a abóbora e os pimentões (não muito pequeno), macere os dentes de alho e a pimenta de cheiro, e pique o coentro ou a salsinha.
- Em uma panela grande, coloque o azeite de dendê. e refogue a cebola.
- Quando a cebola estiver murcha, adicione o alho e refogue até dourar.
- Acrescente a abóbora e refogue por alguns minutos. Coloque o pimentão, os tomates, e a pimenta e mexa bem.
- Acrescente o palmito e, por último, a água.
- Baixe o fogo e tampe a panela. Cozinhe até o caldo engrossar e a abóbora cozinhar - aproximadamente 20 minutos.
- Acrescente o leite de coco e mexa até esquentar novamente.
- Finalize com o coentro ou a salsinha picadinha
- PREPARO DA FAROFA
- Descasque e pique as bananas em pedaços menores. Fatie a cebola, macere o alho e pique a salsinha.
- Em uma frigideira, em fogo médio, aqueça o azeite e frite a cebola até dourar, acrescente o alho e mexa bem.
- Adicione a banana e frite junto à cebola e ao alho, até que ela comece a ficar com o entorno mais molinho.
- Acrescente a farinha , a quinoa, a aveia, o coco, o sal e a noz moscada, e mexa bem, até que a farofa fique úmida - se preciso, acrescente mais azeite.
- Finalize com a salsinha picadinha e o amendoim 🙂
- É importante que essa receita seja feita em fogo baixo pra que o sabor do prato fique uniforme. Se você tiver uma panela de barro, não deixe de usar 🙂
- Eu acrescento o leite de coco somente no fim do preparo pra que ele não ferva e preserve seus nutrientes.
- A salsinha e o coentro perdem sabor quando aquecidas, por isso é legal adicioná-los só depois de apagar o fogo 😉
- *Eu usei o pupunha em peça (muito comum por aqui), assei no forno, abri a casca e tirei o miolo para a receita. Ficou bem gostoso porque ficou suculento, mas você pode usar o palmito em conserva, caso não encontre o fresco.
- **A receita original não leva abóbora, mas eu gosto do sabor e da cremosidade que ela dá ao caldo. Se você preferir, pode não usá-la.
- ***A banana prata e a banana da terra são mais consistentes, e menos doces, por isso são melhores pra cozinhar e pra fazer pratos salgados.
Use a hashtag #flordesalblog pra eu ver o que vocês andam cozinhando por aí ❤
Eu sou a Gabi ? Sou arquiteta urbanista e metida a cozinheira! Desde que resolvi entrar no mundo do esporte, mudei minha alimentação e, consequentemente, meu olhar sobre o mundo e sobre o meu corpo. Hoje sou maratonista, me locomovo principalmente de bike, não consumo carne há três anos, intolerante à lactose, e vivo inventando moda na cozinha, onde aprendo muito todo dia