A FOME EMOCIONAL PODE FUNCIONAR COMO CANALIZAÇÃO DE EMOÇÕES NEGATIVAS, COMO TRISTEZA, FRUSTRAÇÃO OU ANSIEDADE
Comida é afeto, conforto e compartilhar momentos com pessoas queridas. Também é fundamental para a nossa saúde e bem-estar. Mas, às vezes, o ímpeto de comer pode ser um reflexo de questões emocionais mais profundas, o que torna o hábito pouco saudável.
A fome emocional é provocada não por uma necessidade fisiológica, mas psicológicas, sentimentais, emocionais. Não estamos falando de fazer um arroz e feijão com tempero de vó para relembrar os almoços em família, mas sim de canalizar emoções na comida, como tristeza, raiva, ansiedade, estresse, frustração ou solidão.
O prazer em comer é reconhecido pelo cérebro e pode gerar sensação de conforto e alívio momentâneo, segundo publicação da Escola de Medicina da Universidade de Harvard. O problema é que, muitas vezes, esses alimentos não são lá muito saudáveis, como açúcares e frituras. Descontar tudo na comida é um hábito que pode provocar ganho excessivo de peso, desequilíbrio hormonal, intestinal, e prejudicar a saúde. Além disso, significa que você não está lidando com seus sentimentos da melhor forma.
CAUSAS DA FOME EMOCIONAL
Embora algumas pessoas comam menos diante de emoções fortes, a compulsão alimentar ou o comer impulsivo pode ocorrer diante de aborrecimentos da vida diária ou eventos importantes. As emoções podem ficar tão ligadas aos hábitos alimentares que, quando bate a raiva ou ansiedade, automaticamente consumimos uma guloseima sem de fato prestarmos atenção ao que estamos fazendo.
Os gatilhos para a fome emocional podem incluir:
- Conflitos de relacionamento
- Problemas no trabalho
- Cansaço
- Pressões financeiras
- Problemas de saúde
Para identificar essas situações, recomendo ler um pouco sobre a Pirâmide de Maslow!
COMO LIDAR COM A FOME EMOCIONAL
MANTENHA UM DIÁRIO ALIMENTAR
Anote o que você come, quanto você come, quando você come e em que situações sente fome. Anote, também, o que você sente quando está com fome, como estavam as emoções naquele dia, se aconteceu algo que mexeu contigo, se está numa fase de vida desafiadora (financeiramente, término de relacionamento, etc). Com o tempo, poderá notar padrões que revelam a conexão entre o humor e a comida.
LUTE CONTRA O TÉDIO
Em vez de petiscar várias vezes ao longo do dia quando estiver entediado, distraia-se e adote outros comportamentos, como brincar com o seu pet, ler um livro, ouvir música ou ligar para um amigo. Petiscar pode ser saudável para dar energia e garantir a boa nutrição, mas não quando ocorre por fome emocional. Assim, na hora do lanchinho, prefira frutas frescas, vegetais ou castanhas (com moderação), por exemplo.
DIFICULTE O ACESSO
Não tenha em casa alimentos que considere difíceis de resistir. Quando se sentir irritada ou triste, aguarde as emoções estarem sob controle para ir ao mercado. Mas também não caia em extremismos, ok? Tudo bem sair da rotina de vez em quando. O problema nunca é O QUE você está comendo, mas o PORQUÊ e a quantidade!
APRENDA COM OS CONTRATEMPOS
Uma coisa que funciona muito com minha mentoras é o ENFRENTAMENTO – realmente olhar para a emoção que está incomodando e se permitir sentí-la sem fugir dela. Com o tempo você vai perceber que se fortalece cada vez que enfrenta sua emoção ao invés de fiugir dela. Se você tiver um episódio de fome emocional, perdoe-se e saiba que amanhã é um novo dia. Tente aprender com a experiência e faça um plano de como evitar isso no futuro, pense em como pode substituir este comportamento por outro e se auto regular emocionalmente de outra forma. Concentre-se nas mudanças positivas que está fazendo em seus hábitos alimentares e dê a si mesmo o crédito pelas mudanças que possibilitarão uma saúde melhor.
BUSQUE AJUDA
É mais provável que você ceda à alimentação emocional se não tiver uma boa rede de apoio. Conte com a família, os amigos, considere entrar em um grupo de apoio, com a Mentoria em Grupo Gabi Mahamud, e sempre busque orientações de um profissional da saúde que você confie.
FOME EMOCIONAL E DISTÚRBIOS ALIMENTARES
A fome emocional não é um distúrbio alimentar, mas pode ser um sinal de alerta sobre algo que não vai bem. Em certos casos, pode ser um indicativo ou primeiro passo para distúrbios. De acordo com a Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional, as principais causas para uma pessoa desenvolver um distúrbio alimentar são:
- Obsessão para alcançar medidas consideradas ideais;
- Carências que são suprimidas com a comida;
- Dificuldade de reconhecer as próprias emoções;
- Padrões de comportamento automático;
- Traumas que podem levar à depressão e ao descontrole alimentar.
Buscar ajuda profissional de um psicólogo e/ou nutricionista comportamental pode ser importante nesses casos. Comer é bom, mas não para anestesiar os sentimentos.
REFERÊNCIAS:
- Harvard Health Publishing – Harvard Medical School. Struggling with emotional eating? Disponível em: https://www.health.harvard.edu/diet-and-weight-loss/struggling-with-emotional-eating
- Mayo Clinic. Weight loss: Gain control of emotional eating. Disponível em: https://www.mayoclinic.org/healthy-lifestyle/weight-loss/in-depth/weight-loss/art-20047342
- Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional. Fome emocional: como controlar e qual a relação com distúrbios alimentares? Disponível em: https://www.sbie.com.br/blog/fome-emocional-como-controlar-e-qual-a-relacao-com-disturbios-alimentares/
Eu sou a Gabi ? Sou arquiteta urbanista e metida a cozinheira! Desde que resolvi entrar no mundo do esporte, mudei minha alimentação e, consequentemente, meu olhar sobre o mundo e sobre o meu corpo. Hoje sou maratonista, me locomovo principalmente de bike, não consumo carne há três anos, intolerante à lactose, e vivo inventando moda na cozinha, onde aprendo muito todo dia