O perigo dos aditivos alimentares para a saúde é enorme – podem desencadear até mesmo o câncer. Descubra quais são e como passar longe deles!

Já batemos na tecla “desembale menos e descasque mais” algumas vezes, mas ainda não terminamos de te contar tudo que está por trás do incentivo dessa mudança de hábitos. Lógico que existem empresas preocupadas em oferecer produtos com densidade nutritiva (como nossos parceiros blog e a da Assessoria Esportiva: Super Saúde Nutri, VeganWay, Bioporã…), mas infelizmente a maior parte dos embalados ainda tem quase nada de ingredientes que seriam considerados comida, pelo contrário, possuem muito açúcar, sal e aditivos alimentares.

Os aditivos alimentares são substâncias adicionadas aos alimentos com o intuito de melhorar as características sensoriais (sabor, textura, aroma, aspecto) e o tempo de prateleira, mas muitos deles apresentam tantos efeitos colaterais que não valem o custo benefício dessa praticidade. Dentre os aditivos alimentares estão os corantes, conservantes, agentes de volume, reguladores de pH, emulsificantes e realçadores de sabor, sendo que os sintéticos são os mais utilizados. Nosso organismo reconhece essas substâncias artificiais (ou partes delas) como xenobióticos, ou seja, compostos estranhos ao equilíbrio do corpo que precisam ser metabolizados e eliminados, processo que acontece no fígado; por isso há sobrecarga esse órgão no consumo frequente de alimentos industrializados altamente processados (com aditivos alimentares).  Tadinho do fígado, né?! :/

Calma! Vamos começar pelo começo pra você perceber como tudo está interligado, afinal, no nosso corpo funciona tudo ao mesmo tempo, né?! Rs

    O processo começa no intestino (e você já sabe tudo de intestino, pois leu aqui, certo?), esses xenobióticos fazem com que as bactérias “do bem” e “do mal” fiquem desequilibradas, favorecendo as bactérias “do mal”, que por sua vez levam ao desequilíbrio do sistema imune em um processo que coloca o corpo todo em baixa inflamação crônica com hipersensibilidades alimentares (reações com diversos alimentos). Isso acontece porque o desequilíbrio das bactérias (o nome disso é disbiose) induz o espaçamento entre os enterócitos, as células do intestino que deveriam estar bem apertadinhas, possibilitando a entrada de moléculas grandes (os próprios xenobióticos, proteínas da alimentação e pedaços da membrana dessas bactérias) para a corrente sanguínea, que são reconhecidas pelo sistema imune como ameaça e desencadeia essa constante reação de defesa, afinal, o organismo quer se defender de tudo aquilo que ele não reconhece.[/vc_column_text][vc_single_image image=”3256″][vc_column_text]Não é só nos alimentos industrializados que os xenobióticos são encontrados. Medicamentos, resíduos de agrotóxicos, poluição, produtos de beleza, higiene pessoal e limpeza também podem ser reconhecidos como xenobióticos pelo nosso organismo. :/

    Na corrente sanguínea, os xenobióticos são envidados pro fígado pra modificação em compostos que podem ser eliminados pelas fezes e urina – isso é a tão famosa “detox“. A modificação dessas moléculas depende de muitos nutrientes e compostos ativos (Zinco, Manganês, Selênio, vitaminas do complexo B, isotiocianatos, indóis), e a insuficiência de algum desses nutrientes ou compostos ativos pode fazer com que o processo de modificação das moléculas simplesmente não aconteça ou que a cadeia de modificação seja bloqueada no meio do caminho, deixando moléculas intermediárias ainda mais tóxicas “passeando” pelo organismo :O . Os xenobióticos e essas moléculas intermediárias podem desencadear diversas reações no organismo. Percebeu a importância de comer alimentos frescos, ricos em vitaminas, minerais e compostos ativos?

A ANVISA permite certa concentração de resíduos de agrotóxicos nos alimentos convencionais (não deveria – carinha triste), sendo que na avaliação aleatória de amostras recolhidas em supermercados, 25% das amostras ultrapassava o permitido. Por isso escolha alimentos orgânicos sempre que possível!! Fonte – ANVISA, 2014.

    Pois bem! Dentre as reações no organismo que podem ser desencadeadas por essas substâncias está o aumento do risco de desenvolver câncer, alteração da visão e de hormônios, hiperatividade em crianças, demência, falha na concentração e da memória. Além disso, algumas reações secundárias ao desequilíbrio das bactérias do intestino também podem dar um alô por aí, tipo alteração de humor, depressão, obesidade e fadiga. Identificou-se com algum sintoma?

Por isso, precisa ler o rótulo dos alimentos com cuidado, não vale apenas bater o olho na tabela nutricional e nas calorias (que nem são tão importantes), leia também as letrinhas peticas que listam os ingredientes (essas sim valem a leitura). Procure nomes que não são reconhecidos como alimento e se eles estiverem presentes, evite consumir o produto 😉 .

Enfim, deu pra perceber a importância da densidade nutritiva na alimentação? Não adianta trocar os produtos de origem animal por produtos altamente processados e ricos nesses aditivos alimentares. A melhor forma de “botar o corpo para funcionar em potência máxima” é uma alimentação equilibrada! Por isso, rec-repete: desembale menos e descasque mais!!! Hehe 😀

 

Atenção consumidores de proteína animal: Nitrito de potássio ou nitrato de sódio são conservantes de embutidos e defumados. No estômago, o nitrato de sódio é modificado em nitrito, que por sua vez destroem os glóbulos vermelhos e em contato com aminas formam nitrosaminas, composto altamente cancerígeno. A ANVISA regulamenta que esses compostos não devem ser oferecidos para crianças menores que 6 meses.

Referências

1. Lu K, Mahbub R, Fox JG. Xenobiotics: Interaction with the Intestinal Microflora. ILAR Journal, 2015, Vol. 56, No. 2, 218–227.
2. Jandhyala SM, Talukdar R, Subramanyam C, et al. role of the normal gut microbiota. World J Gastroenterol 2015 August 7; 21(29): 8787-8803.
3. Bateman B, Warner JO, Hutchinson E, et al. The effects of a double blind, placebo controlled, artificial food colourings and benzoate preservative challenge on hyperactivity in a general population sample of preschool children. Arch Dis Child 2004;89:506–511. doi: 0.1136/adc.2003.031435
4. Maria Lúcia Teixeira Polônio MLT,  Peres F. Consumo de aditivos alimentares e efeitos à saúde: desafios para a saúde pública brasileira. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 25(8):1653-1666, ago, 2009.
5. Prado MA< Godoy HT. Corantes artificiais em alimentos. Alim. Nutr., Araraquara, v.14, n.2, p. 237-250, 2003.

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